Fr. Savonarola escreve um modelo de Constituição, expulsão dos Médici e Maquiavel
Tradução por: Gabriel Sapucaia
Por: Mons. Audin & Pe. de Jorry
Os Médici foram expulsos de Florença e a cidade precisava de outro governante. O povo precisava de um soberano. Pois, dizia Maquiavel, de república o florentino não tem sequer a ideia. Mas como impedir que esse soberano caia na tirania? Este é o problema cuja solução se busca. A solução foi solicitada e quem a dará é o irmão de São Marcos. Savonarola renuncia por alguns dias ao púlpito, põe-se ao trabalho e improvisa uma constituição modelada na de Veneza. Ela é lida por ele na catedral, diante do povo e dos magistrados. Desde então, o monge é ao mesmo tempo sacerdote, magistrado, juiz e legislador. Dura tarefa, a que ele se impôs! Como a cumprirá? Consultam-no na igreja; consultam-no na senhoraria; ele é o homem de todos. Devemos confessar: até aqui, tudo em sua vida é digno de admiração. “Se o ouvissem no púlpito, pedindo a seu Deus que tivesse piedade deste povo florentino que se recusa a converter-se, sentir-se-iam comovidos até o fundo do coração. Ouçamo-lo, então, por um momento:
‘Ó Itália! Ó príncipes da Itália! Ó prelados da igreja da Itália! Eu queria que Deus vos tivesse todos reunidos aqui; eu vos mostraria que não há outro remédio para vossos males senão uma conversão sincera. E tu, Florença, não te lembras mais que outrora te anunciei que tuas grandes cidadelas cairiam, que teus grandes muros ruiriam, e que Deus tomaria o cavalo do vencedor e o traria até aqui. Acredita em mim, acredita em mim: digo-te que de nada te servirá apoiar-te em teus grandes rochedos e em tuas altas muralhas; digo-te, Itália, que não tens outro meio de salvação senão converter-te ao Senhor... E tu, Florença! deverias bem crer em mim, e não crês! Faz penitência, eu te conjuro; de outro modo, cuidado contigo! Cuidado contigo, Florença!’”. Mas Florença ainda resistia.
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