Fr. Savonarola: infância, vocação e pregação. - Mons. Audin & Pe. de Jorry

 


 

 Tradução por: Gabriel Sapucaia

Por: Mons. Audin & Pe. de Jorry

Ele nasceu em Ferrara, em 21 de setembro de 1452. “Quando criança, amava o estudo e a oração, os conventos e, sobretudo, a túnica branca dos dominicanos, os grandes pregadores da época. Quando um deles subia ao púlpito, era certo encontrar Jerônimo, em pé, de frente para o orador, acompanhando todos os seus movimentos. Um dia, assistindo ao sermão de um irmão, sentiu-se profundamente comovido pelas palavras do pregador e decidiu abandonar o mundo para se enclausurar na solidão de um mosteiro; ele tinha então vinte e dois anos. Sem nada dizer a seus pais, deixou Ferrara em 24 de abril, tomou o caminho de Bolonha e bateu à porta do convento de São Domingos. Algum tempo depois, recebeu o hábito clerical e escreveu a seu pai: 'Você me ama ou não? Se você me ama, como estou convencido, sabe que há em mim duas substâncias, a alma e o corpo. Prefere o corpo à alma? Você dirá que não, porque, do contrário, não me amaria de verdade; amaria em mim a parte mais vil de mim mesmo. Mas, se prefere em mim a alma ao corpo, aprovará a decisão que tomei'.”

Obrigado a refugiar-se em Florença, Savonarola foi para o convento de São Marcos, e dividiu seu tempo entre a confissão e a pregação. Por sua vocação, logo deixou o tribunal da penitência pelo púlpito: compreendia sua missão.

“Seu discurso, de fato, cativa, arrasta, aterra. Ele é belo, é grandioso na tribuna sagrada; sua voz é a voz de um profeta, sua palavra é a palavra de um evangelista. É admirável também na solidão do claustro, sentado à sombra das roseiras odorantes de Damasco, tendo como templo os campos e os jardins, como pavilhão o céu, como ouvintes os irmãos de longos mantos brancos, que lhe imploram, por graça, deixar cair de seu coração algumas dessas palavras ardentes que arrebatam a alma e a transportam como por encanto às esplêndidas maravilhas do mundo invisível.

Comentários

Postagens mais visitadas